O grande amor da minha vida
– Doutora, o que aconteceu foi exatamente isso que eu falei para a senhora – disse o rapaz.
– Quer dizer que depois do acidente você foi internado num hospital e a sua namorada em outro? (…) Estranho! Por que será que vocês dois não ficaram no mesmo lugar? Bem, agora isso não vem ao caso. O que eu quero saber mesmo é o que aconteceu contigo para que você deixasse o hospital daquele jeito e depois fizesse aquilo que você fez. É isso que eu quero saber – perguntou a delegada de plantão.
– Doutora eu fiquei muito preocupado com o estado de saúde da minha namorada. Eu não tinha notÃcias dela. Eu não sabia o que estava acontecendo no outro hospital. Eu estava muito angustiado e isso foi me deixando muito nervoso. Por isso eu fui obrigado a sair do hospital daquele jeito e ir correndo atrás dela – justificou o rapaz.
– Meu jovem, confesso que estou bastante sensibilizada com a sua demonstração de amor pela garota, mas isso não justifica você ter feito o que fez – ressaltou a autoridade policial.
– Isso não justifica eu ter saÃdo do hospital para saber o estado de saúde do grande amor da minha vida? A senhora não acha que isso que eu fiz foi algo muito romântico? Não são vocês mulheres que vivem dizendo por aà que não existem mais homens românticos como antigamente? A senhora não faria a mesma coisa pelo grande amor da sua vida? – perguntou o jovem.
– Não faria não senhor! Todo esse sentimento apaixonado que você está sentindo, apesar de lindo e emocionante, não justifica o fato de você ter roubado a ambulância do hospital onde você estava internado para poder ir ao encontro da sua amada. É isso que eu não estou achando nem um pouco romântico… Emendou a delegada de plantão.